A grande questão é ser egoísta e reunir dois nutrientes, ao mesmo tempo, que o cérebro adora: gorduras e carboidratos
A psiquiatra Dana Small, uma das líderes da pesquisa, acredita que temos um sistema no cérebro para avaliar alimentos gordurosos e outro para comidas ricas em carboidratos. Se o alimento tiver ambos E podemos atestar isso na prática. Arroz é rico em carboidratos, mas não é a coisa mais gostosa do mundo. Torresmo é gordura pura, mas muito gente dispensa. Agora, donuts, chocolate, batata frita … Ricos nos dois, e quase irresistíveis.
Isso tudo pode ser culpa de Darwin. A pesquisadora acredita que, quando o cérebro humano evoluiu, nossos ancestrais caçadores-coletores mantiveram uma dieta de, basicamente, plantas e carne.
Encontrar alimentos ricos em carboidratos e gordura era raríssimo — eles ainda não sabiam como tirar chocolate do cacau, por exemplo. Assim, nosso cérebro se anima quando entra em contato com esses alimentos e libera bastante dopamina.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores examinaram a atividade cerebral de voluntários mortos de fome. Foram mostradas imagens de alimentos ricos em carboidratos, como doces; ricos em gordura, como queijo; ou rico em ambos, como donuts. Após as varreduras das imagens do cérebro, voluntários foram convidados a oferecer dinheiro em um leilão para escolher a comida que eles queriam em um lanche.
Analisando os resultados, a equipe comprovou que os alimentos ricos em carboidratos e gorduras provocavam muito mais atividade no corpo estriado do cérebro — região envolvida no sistema de recompensa, que libera a dopamina —, em comparação com alimentos que continham apenas carboidratos ou gordura. Outra descoberta é que os participantes estavam muito dispostos a pagar mais pelos quitutes ricos em carboidratos e gordura, apesar de todos as comidas terem o mesmo poder em calorias. Agora entendemos porque gastamos 12 reais em um brigadeiro gourmet.
Artigo: Super Interessante